segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Eu sou feliz porque...
Quero agradecer à amiga Luz por mais este selo lindo que me ofereceu.
Obrigada por te lembrares, mais uma vez, do meu espaço.
As regras resumem-se a oferecê-lo a cinco blogues que passo, desde já, a citar:
Sair das Palavras
Clips de Vidro (embora já o tenha ganho da Luz)
Desabafos de Parede
A Traição do Eu
Pausa no Tempo
E completar a seguinte expressão:
EU SOU FELIZ PORQUE...
Sinto-me muito amada.
Amo muito.
Gosto muito de mim.
Sobretudo porque acredito que não exite felicidade plena,
existem sim momentos felizes! Basta dar-lhes o devido valor...
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
"Grenouille estava sentado em cima desta pilha, com as pernas
esticadas e as costas apoiadas no muro da granja; tinha fechado os
olhos e conservava-se imóvel. Não via nada. Não escutava nem
sentia nada. Chegava-lhe unicamente o cheiro da madeira que subia
em seu redor e se mantinha retido sob o telheiro como que aprisi-
onado numa touca. Ele bebia este cheiro, embriagava-se nele, im-
pregnava-se por todos os poros até ao mais fundo de si, ele próprio
se tornava madeira, como uma marioneta de madeira,
como um Pinóquio em cima daquela pilha, como morto, e ao cabo
de um longo momento, talvez uma meia-hora, expeliu finalmente
a palavra «madeira».
esticadas e as costas apoiadas no muro da granja; tinha fechado os
olhos e conservava-se imóvel. Não via nada. Não escutava nem
sentia nada. Chegava-lhe unicamente o cheiro da madeira que subia
em seu redor e se mantinha retido sob o telheiro como que aprisi-
onado numa touca. Ele bebia este cheiro, embriagava-se nele, im-
pregnava-se por todos os poros até ao mais fundo de si, ele próprio
se tornava madeira, como uma marioneta de madeira,
como um Pinóquio em cima daquela pilha, como morto, e ao cabo
de um longo momento, talvez uma meia-hora, expeliu finalmente
a palavra «madeira».
(...)
Cheirava o sono tranquilo da criada no quarto ao lado e o sono de
profundo contentamente de Antoine Richis, do outro lado do cor-
redor; cheirava como dormiam serenamente o estalajadeiro e os
criados, os animais no estábulo, a aldeia em peso e o mar.
O vento parara. Tudo estava silenciosa. Nada perturbava a paz.
Num dado momento o pé descaiu-lhe um pouco e roçou o pé de
Laure. Não propriamente no pé, mas apenas no tecido que o envol-
via, untado por baixo de uma camada de gordura que se impregna-
va do perfume da jovem, deste maravilhoso perfume, deste perfu-
me que lhe pertencia."
in "O Perfume
História de um assassino" de Patrick Süskind
Etiquetas:
literatura,
O Perfume,
Patrick Suskind
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