Poesias…
Gritos de socorro
petrificados
Na vã fotografia das
palavras.
Berros agudos e surdos que
não calam
E fluem céleres no
silêncio!
Atrocidades? Espinhos
pontiagudos,
Que rompem o tecido podre
das pedras,
Que dormem mudas, com voz
pequena e frágil...
Agredidas pelos gritos
intensos, aterrorizadores
Mas sonolentos…não dormem
Porque receiam o fim!
Dormem acordadas um sono
que não existe
À espera do beijo
depurador para acordar…
O beijo boçal e único
beija
Os gritos ilesos que
ressurgem do salivar!
Sua saliva trivial, mas
doce,
Abraça as pedras lúgubres…
Frémitos de água que
escorrem
E não molham, beijos
secos!
As pedras adormecem dos
gritos
De quem se só ouve já um
lamento…
Uma indignação de espanto…
Um berrar de lânguida de vã e nua,
Despido de sedução e
sensualidade!
Gemidos silenciosos e
neutros,
De efeito raso e vazio,
Que não são ouvidos,
Porque não existem bons
ouvintes.
Gritos ambulantes e
objetivos,
Gritos na hipérbole da
sinestesia,
Nas palavras abandonadas e
magoadas.
Num sono fingido…
Gritos de poesia!
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