terça-feira, 30 de março de 2010



um dia quando a ternura for a única regra da manhã


um dia, quando a ternura for a única regra da manhã,
acordarei entre os teus braços. a tua pele será talvez demasiado bela.
e a luz compreenderá a impossível compreensão do amor.
um dia, quando a chuva secar na memória, quando o inverno for
tão distante, quando o frio responder devagar com a voz arrastada
de um velho, estarei contigo e cantarão pássaros no parapeito da
nossa janela. sim, cantarão pássaros, haverá flores, mas nada disso
será culpa minha, porque eu acordarei nos teus braços e não direi
nem uma palavra, nem o príncipio de uma palavra, para não estragar
a perfeição da felicidade.



in A criança em ruínas

de José Luís Peixoto

segunda-feira, 29 de março de 2010

quinta-feira, 18 de março de 2010

Insólito


No mínino insólito. Dois estudantes "erasmus" da Universidade do Minho, de nacionalidade alemã, lançaram ontem, quarta-feira, e segundo dados da Polícia de Segurança Pública de Braga, mais de 150 euros de uma janela de um terceiro andar em plena Avenida da Liberdade.
O estranho "ritual" germânico, confirmado pela PSP, foi a forma encontrada pelos dois estudantes alemães de celebrarem a conclusão do "erasmus" em Portugal e, também, o fim dos seus estudos.
"Eu ia a passar na rua e vi as pessoas a correr e a olhar para o ar, ao mesmo tempo que gritavam que caíam notas de cinco euros de uma janela", relatou uma testemunha que passava no local.
Mas não foram só notas de cinco euros que começaram a cair da janela da habitação onde residiam os estudantes "erasmus". "Quando dei por ela vi uma nota de 20 e outra de 10 a voar", explicava outra testemunha.
O insólito acontecimento, que juntou centenas de pessoas "à caça das notas", ocorreu por volta do meio-dia, sendo que Polícia foi chamada ao local para restabelecer a ordem pública. A PSP de Braga confirmou, ao JN, que apenas identificaram os estudantes alemães da UM e que os impediram de continuar a lançar notas pela janela.
Presas em varandas
Algumas das notas ficaram presas em varandas, o que prolongou a concentração das pessoas em plena Avenida da Liberdade até às duas horas da tarde, originando, inclusive, o arremesso de sapatos às notas presas nas varandas das habitações vizinhas de onde foram lançados os euros.
Apesar da insistência, os alunos recusaram-se a prestar declarações, não abrindo a porta. No entanto, às autoridades terão argumentado que esta é uma forma usual de os alemães festejarem a conclusão do curso.
Seja como for, os transeuntes que lograram apanhar alguma das notas lançadas manifestavam a sua satisfação: "Era bom ter esta chuva todos os dias".


in Jornal de Notícias 18/03/2010

domingo, 7 de março de 2010

"O Norte está à procura de identidade"


"Maria Amélia Cupertino de Miranda, presidente da Fundação António Cupertino de Miranda, acredita que os museus, desde que inseridos nas respectivas comunidades, podem desempenhar papel importante na dinâmica da região.
É com um entusiasmo incontido que fala sobre os novos projectos da Fundação António Cupertino de Miranda (FACM), instituição portuense com 46 anos de vida apostada em concretizar a conhecida premissa de "pensar global, agir local".
Cada vez mais, o trabalho em rede junto de escolas, universidades e colectividades do Porto ocupa o centro de actividades da FACM, com o objectivo de esbater desigualdades. Tarefa árdua, ou não fosse a exclusão, como confidencia a presidente do conselho de administração, Maria Amélia Cupertino de Miranda, "uma realidade multidimensional" que exige mais do que intervenções pontuais.
Um dos planos mais ambiciosos em curso decorre no Museu Papel Moeda, espaço da Fundação, e tem como objectivo uma cooperação estreita com as freguesias vizinhas (como Nevogilde, Aldoar, Foz do Douro, Ramalde e Lordelo do Ouro) nas áreas de acção educacional, cultural e social.
Em parceria com a Secção de Museologia do Departamento de Ciências e Técnicas do Património da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, a "Cupertino de Miranda" está a adequar a programação museológica às necessidades dos utentes locais, com os jovens no topo das prioridades.
Também os invisuais não foram descurados na estratégia adoptada. A tal ponto que o Museu do Papel Moeda é um dos raros espaços museológicos nacionais totalmente equipados para invisuais, fruto de uma parceria com a ACAPO.
Ao actuar junto de públicos carenciados ou com necessidades especiais, a FACM enfrentou dificuldades acrescidas, até porque, como confessa a responsável, "as pessoas não estão habituadas a que lhes ofereçam algo". Todavia, a adesão crescente registada fez ver aos mentores que estão no caminho certo.
"Os museus devem ser recursos do conhecimento, complementando a escola. Além disso, podem ser campos interessantes de investigação", sustenta, ao mesmo tempo que defende a existência de serviços educativos fortes."
in "Jornal de Notícias" 07 de Março de 2010

quarta-feira, 3 de março de 2010

Alice no País das Maravilhas voltou!


Quem não se lembra da "Alice no País das Maravilhas"? A história fantástica de uma menina que cai na toca de um coelho e vai para a um lugar fantástico habitado por criaturas peculiares, criada por Lewis Carrol e considerada um clássico inglês.
Uma das interpretações diz que a história representa a adolescência, com uma entrada súbita e inesperada (a queda na toca do coelho, iniciando a aventura, as diversas mudanças de tamanho e a confusão que isso causa em Alice, ao ponto de ela dizer que não sabe mais quem é após tantas transformações).
Também é possível dizer que a obra faz referências a questões de lógica e à matemática, matéria que Carroll lecionava. Daí a ser, às vezes, de difícil compreensão.
«Alice no País das Maravilhas» voltou! E chega amanhã aos cinemas numa nova versão realizada por Tim Burton.
A pequena Alice, já não tão pequena, vai regressar ao País das Maravilhas com 19 anos, onde irá reencontrar os seus antigos amigos o Coelho Branco (Michael Sheen), Lagarta Absolem (Alan Rickman), Tweedledee e Tweedledum (Matt Lucas), o Gato Cheshire (Stephen Fry) e irreverente Chapeleiro Louco (Johnny Depp). Entretanto a Rainha Vermelha (Helena Bonham-Carter) ascendeu ao poder e toda a esperança numa mudança concentra-se na pequena Alice.