"É que, segundo Freud, as crianças começavam a ser "polimorfos perversos" desde muito pequenas. Os rapazinhos, aparentemente, não sabiam se haviam de fugir com a mãe antes ou depois de terem morto o pai; se haviam de consumar o incesto com a mãe no seu quarto de brinquedos ou no quarto de dormir dos progenitores. Por um lado, o seu pequeno quarto era mais íntimo e podiam brincar com os carrinhos enquanto faziam amor, mas a caminha era demasiado estreita para certas efusões. Por outro lado, no quarto dos pais havia aquela cama enorme que era muito mais cómoda. Sobretudo se o miúdo já tivesse lido o kamasutra.
Hoje em dia, estas personagens do triângulo edipiano, a mãe e o pai, passaram para segundo plano. Primeiro está ele, o ursinho, o tigresinho, o peluche."
in O mundo imaginário das crianças
de Tilde Giani Gallino
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