quinta-feira, 23 de julho de 2009


Não me perguntes…Não sei!
Caí no abismo do meu próprio véu
E não sei mais como transparecer…
O transparente incolor de mim,
Não sei mais eu reconhecer…
Dos fantasmas soberbos no teatro já não sou
E reciclo o pouco que de mim sobrou!!!
Abismos de pedras silenciosas
Que em surdina falam sem cessar a voz…
Os muros são soldados
E eu de mim inimigo.
Combate esquecido, a sós…
Digo comandante de mim “sentido!”,
De mim faço peregrino.
Caminho na falsa luz da minha alma
Que se apaga, oh! Desatino…
Se em mim vês trilho, não percorras
O meu cinza-ferro e enferrujado!
E já não sei! Não sei de mim,
Não me encontro porque me falto…
Estou algures, além do vago e inato asfalto!

3 comentários:

  1. Adorei ler-te. Embora seja um poema triste.

    Talvez porque me revi nele. Talvez porque também tenha essa coincidência de um tal abismo do qual tropeço quando tento sair.

    Um beijo para ti.

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  2. BELÍSSIMO!

    Nem só o folgor traz coisas belas.

    beijinhos amigos

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  3. Que dizer mais da tua escrita, senão que continuas a escrever cada vez melhor.És uma escritora escondida, já te disse uma vez e volto a dizer: tens que te mostrar ao mundo...
    bjs

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