sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Nobel da Paz


O escritor José Saramago defende que o Nobel da Paz não é prematuro "se o tomarmos como um investimento".
Numa breve declaração que colocou no blog (
http://fundjosesaramago.blogspot.com/) antes de entrar numa cerimónia em Itália, onde se encontra, Saramago comenta que "é possível que comece a dizer-se que o Prémio Nobel da Paz foi prematuro, mas não o é se o tomarmos como um investimento."
O investimento a que o Nobel português da Literatura se refere é depois clarificado: "Graças a ele talvez Obama ganhe ainda maior consciência de quanto o necessitamos".
"Falou-se muito de Barack Obama neste blog, alguns dirão que demasiado", começa por dizer o escritor, para acrescentar: "Quando uma esperança nasce há que saudá-la conforme o seu merecimento, e este parecia não ter limites".
O Prémio Nobel da Paz foi hoje atribuído ao Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, "pelos seus extraordinários esforços para reforçar a diplomacia internacional e a cooperação entre os povos", designadamente os "esforços de Obama no sentido de um mundo sem armas nucleares", segundo o Comité norueguês.
Como Presidente, Barack Obama "criou um novo clima na política internacional", lê-se na citação da atribuição do prémio.
in Jornal de Notícias

3 comentários:

  1. Prémio mais que merecido, mas também, na minha opinião com um sentido: responsabilizar Obama por aquilo que defendeu. bom fim de semana!

    ResponderEliminar
  2. Bem atribuído este prémio pela sua vontade de mudança tão necessária nesta fase que o Mundo atravessa.Bjo.

    ResponderEliminar
  3. O Nobel da Paz tem características diferentes dos restantes prémios atribuídos pela Academia Sueca. Desde logo, é atribuído em Oslo por um comité independente norueguês, laureando alguém ou alguma entidade que se distingue pela capacidade de resolver diplomaticamente diversos problemas, independentemente de ficarem concluídos ou não. Foi assim com Jimmy Carter, é agora assim com Barack Obama. Porque privilegia o diálogo e o bom senso entre os povos, porque ele próprio é o resultado da esperança e do sonho: ter sido o primeiro presidente afro-americano da história dos EUA. Um exemplo do idealismo norte-americano, ainda hoje cobiçado, abraçando causas como os Direitos Humanos e trabalhando internamente para um plano de reforma do sistema de saúde. Com Obama, voltaram as preocupações com o meio ambiente, com o desarmamento nuclear, com a desmobilização do Iraque e com a possibilidade do fim do embargo a Cuba. Apressou-se a condenar o golpe de Estado nas Honduras e a normalizar as relações institucionais com a Rússia, não esquecendo a tentativa de cativar o mundo árabe ao admitir a criação do Estado da Palestina , fundamental para a paz no Médio Oriente.

    Negar isto, em menos de nove meses, é cair no discurso dos conservadores norte-americanos e de parte da esquerda europeia, recheada de tiques estalinistas.

    http://dylans.blogs.sapo.pt/

    (Grande música- Nouvelle Vague)

    ResponderEliminar