Sonho que sou a Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!
Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!
Sonho que sou Alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a terra anda curvada!
E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho... E não sou nada! ...
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!
Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!
Sonho que sou Alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a terra anda curvada!
E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho... E não sou nada! ...
Florbela Espanca
Nao conhecia este seu poema. "Quando eu morrer procura-me no mar" escrevia ela...
ResponderEliminar"Acordo do meu sonho... E não sou nada! ... "
Beijinhos amigos
QUEM SABE?
ResponderEliminarTalvez seja tarde ou cedo
Neste lago de tristeza
Perder à noite o medo
E sermos o luar da beleza
Quem sabe se esta dor
É apenas o passageiro
Do instante derradeiro
Que acende a luz do amor
Eu sei que há este cansaço
No sentido dos sentidos
Não sejamos o compasso
Da cela oca dos vencidos
Sei que não tenho carisma
No teu olhar de encanto
E sei da força que cisma
A chuva deste meu pranto
Quem sabe se esta ternura
Não será a flor do espaço
Que guarda do teu abraço
O amor que se procura
Fujamos aos maus-olhados
Da teia que nos torna estranhos
Nas arenas dos trocados
Entre as redes dos tacanhos
Guarda esta mão amiga
Que é o melhor abrigo
De não sermos a cantiga
Que se ouve ao mendigo
Quem sabe se esta canção
Não traduz a luz do dia
Que nos servirá de guia
Às bocas do coração
Sei tudo o que se sente
Quando se perde o desejo
Da vida que não nos mente
E do fogo que antevejo
Fomos ambos bons amantes
Na floresta dos mistérios
Mas perdemos os restantes
Em campas de cemitérios
Quem sabe se os enganos
Mudam as horas das rugas
Reduzem tudo a sopranos
E a fomes simples de fugas
Talvez seja então a hora
De sermos o que já fomos
Rindo enquanto se devora
O sumo do amor em gomos.
Oeiras, 02/08/2009 - Jorge Brasil Mesquita
www.comboiodotempo.blogspot.com
Afinal todos sonhamos um pouco como a poetisa...
ResponderEliminarNão é assim?
Um abraço
É os sonhos não nos largam, mas muitos ficam pelo caminho.
ResponderEliminarBjito Carla
Carla,
ResponderEliminarExcelente escolha. Também uma minha poetisa eleita. Este seu poema é de grande profundidade e, convoca-nos ao que de mais profundo pode ter um sonho..., um sonho que pode ser tudo..., assim como pode ser nada...
Mas continuamos a sonhar porque é o sonho que também nos faz acordar...
Obrigada pelas tuas palavras num dos meus espaços, são sempre muito intensas, vão ao encontro com o que escrevo e sinto.
Bjo
Cara Carla.
ResponderEliminarNão somos nada, e somos tudo!!!
Nada somos, quando pensamos sê-lo;
E somos tudo, quando pensamos nada ser!!!
Vou descobrindo que onde nada quis ser, sou tudo. E onde o quis, nada permanece.
Recomendo um soneto da Florbela: "Esquecimento"
Gosto de aqui estar.