um dia quando a ternura for a única regra da manhã
um dia, quando a ternura for a única regra da manhã,
acordarei entre os teus braços. a tua pele será talvez demasiado bela.
e a luz compreenderá a impossível compreensão do amor.
um dia, quando a chuva secar na memória, quando o inverno for
tão distante, quando o frio responder devagar com a voz arrastada
de um velho, estarei contigo e cantarão pássaros no parapeito da
nossa janela. sim, cantarão pássaros, haverá flores, mas nada disso
será culpa minha, porque eu acordarei nos teus braços e não direi
nem uma palavra, nem o príncipio de uma palavra, para não estragar
a perfeição da felicidade.
in A criança em ruínas
de José Luís Peixoto
Belissímo.
ResponderEliminarNão são necessárias mais palavras.
Obrigado pela bela escolha.
Já conhecia este texto mas há imenso tempo que não o (re)lia, é verdadeiramente delicioso.
ResponderEliminarExcelente escolha, Carla.
Abraço.
Querida Carla,
ResponderEliminarUma escolha excelente! Gosto muito deste texto e, é sempre bom poder reler.
Obrigada por o trazeres aqui!
Bjo de Luz